Mulheres do Jequitinhonha
Siga o projeto nas redes


Mulheres do Jequitinhonha é um projeto sócio-cultural concebido pela TINGUI.
O objetivo deste trabalho é o fortalecimento das mulheres de comunidades rurais a partir dos seus saberes.
Geração de renda é o resultado final. Mas, durante o processo, outros ganhos tão ou mais importantes são adquiridos como:
-
a melhoria da saúde mental, emocional e física;
-
o fortalecimento da identidade individual e comunitária;
-
a consolidação de vínculos e de uma rede de apoio;
-
a descoberta de talentos escondidos.
O projeto busca assim o empoderamento dessas mulheres para que possam ser autônomas e protagonistas da própria história.
Hoje, três grupos fazem parte deste projeto:
-
Bordadeiras do Curtume
-
Tecelãs de Tocoiós
-
Mulheres da Ponte
Apoio:
Em 2021, este programa recebeu o apoio do Fundo de Combate de Violência Contra a Mulher criado pela Magalu.


Desde
2015
Bordadeiras do Curtume
Local: Comunidade do Curtume, município de Jenipapo de Minas
A TINGUI atua na comunidade do Curtume desde o ano 2 mil com ações de organização comunitária, contribuindo com a redução da vulnerabilidade social e econômica. Em 2015, iniciou um projeto de fortalecimento de vínculos cujo objetivo era aproximar as mulheres que se encontravam sozinhas e com a saúde física e emocional fragilizada.
A partir da escuta dessas mulheres, Viviane Fortes, coordenadora do projeto, passou a promover encontros coletivos para a prática de atividades manuais e foi, aos poucos, trazendo à tona os saberes do grupo.
O bordado, através do ponto cheio, surgiu como atividade praticada por algumas - mas esquecida por muitas. O grupo decidiu então praticar coletivamente o bordado. As 4 mulheres que bordavam foram, aos poucos, ensinando às demais. Hoje, o grupo tem 25 bordadeiras e mais de 20 aprendizes, a maioria entre os 20 e 30 anos.
Além da prática do ponto cheio, as bordadeiras foram progressivamente trazendo à memória outros saberes como cantigas e danças, o manejo das plantas e raízes e o tingimento vegetal.
A partir do fortalecimento da história e dos seus saberes ancestrais, as bordadeiras começaram a retratar em seus bordados a vida na comunidade a partir dos desenhos do menino Diogo, filho da bordadeira Carmen.
Após 2 anos de trabalho, quando a identidade dos bordados e das bordadeiras já estava fortalecida, a artista mineira Ana Vaz foi convidada a prestar uma consultoria para o desenvolvimento de uma 1˚ coleção, que foi intitulada os “Estandartes do Curtume”. A linda coleção é fruto de uma experiência compartilhada entre as Bordadeiras do Curtume e o trabalho sensível e primoroso da artista Ana Vaz.
Os estandartes bordados são hoje vendidos em nossa lojinha, além de lojas selecionadas de design e arte popular em SP e Tiradentes. As peças foram destaque em exposições em Belo Horizonte, Brasília e Genebra (Suíça).
Contribuíram ainda para o grupo das Bordadeiras os brincantes Maria das Dores Santos Chaves (Dorinha) e Adelsin, a estilista Luisa Luz e as mulheres das comunidades de Silvolândia.
____________________________________
Fotos ao lado e abaixo: Érika Rianni

Tecelãs de Tocoiós
Local: Comunidade do Tocoiós, município de Francisco Badaró
Há muitos anos, as mulheres de Tocoiós se encontram para fiar. Os encontros ocorriam em casa, na rua e, posteriormente, num barracão que ficou sendo a sede do grupo. Algumas sabiam tecer, e o tear passou aos poucos a fazer parte da atividade coletiva.
A partir de 2015, Viviane Fortes passou a acompanhar as mulheres dentro da metodologia do projeto Mulheres do Jequitinhonha, com o propósito de auxiliá-las no fortalecimento da identidade do grupo, sempre em respeito às tradições e aos saberes da terra.
O primeiro passo foi um intercâmbio realizado entre as tecelãs e as mulheres “Rendeiras da Aldeia” (Oca, Escola Cultural de Carapicuíba, São Paulo, sob a coordenação de Lucilene Silva).
Em seguida, veio a construção de um galpão, em 2017, com o apoio da Oca e o patrocínio do Instituto C&A, onde as mulheres pudessem trabalhar com segurança e dignidade. A construção aconteceu em mutirão, com ampla participação das mulheres e da comunidade. O projeto arquitetônico e o acompanhamento da obra foram feitos de forma voluntária pela arquiteta Vanessa Riani e o engenheiro Júlio Bond.
O novo espaço abriga cinco teares, área dedicada ao tingimento, à fiação e ao armazenamento das peças e do material, uma lojinha, banheiros e uma cozinha.
Viviane Fortes vem ainda trabalhando com as mulheres para firmar a identidade do trabalho do tear com a tradição e a cultura do Vale do Jequitinhonha, trazendo os motivos e as cores características da terra.
A partir de uma iniciativa de financiamento coletivo, a TINGUI promoveu um intercâmbio das mulheres para o aprimoramento das técnicas do tingimento natural e sustentável, através de um curso no Conservatório Etno Botânica, em Itamonte (MG).
Hoje, as peças trazem tons terrosos obtidos pelo tingimento natural e sustentável, com uso de plantas nativas como o jenipapo, a aroeira, o tingui, a casca da cebola, a gema do ovo, a mangueira, o anil, o murici do cerrado, anjico, romã, pequi, urucum, amoreira, erva de passarinho etc.
Em 2020/2021, o projeto ganhou o apoio do BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais). Novos teares foram adquiridos, além da renovação dos antigos.
A designer de produtos Paula Dib foi então convidada para desenvolver uma coleção de peças de tear junto com o grupo, que viesse valorizar e celebrar os saberes das artesãs. Essa coleção está em andamento e deve ser lançada no fim de 2021.
Esse projeto é apoiado pelo:
____________________________________
Fotos ao lado e abaixo: Érika Rianni
Desde
2015
