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Tecelãs de Tocoiós celebram a riqueza do conhecimento ancestral em nova coleção de peças

Atualizado: 31 de dez. de 2021

O ano de 2021 trouxe muitos desafios para as Tecelãs de Tocoiós, mas também muitas conquistas. O lançamento da coleção Tial, que contou com o patrocínio do BDMG Cultural, vem marcar uma nova etapa da longa história das artesãs.




A nova coleção é composta por peças para a casa, em algodão agroecológico fiado e tecido à mão. As peças trazem os tons terrosos obtidos através do tingimento vegetal, feito de forma sustentável a partir das raízes e cascas das plantas do mato como a Aroeira, a Mangueira e o Jenipapo. Os motivos das peças celebram a tradição das artesãs de tecer listras, alternando os tons.


Clique abaixo para baixar o catálogo da nova coleção:


Coleção Tial
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"A coleção busca celebrar o amplo saberes dessas mulheres, que permeiam todo o ciclo do algodão - do plantio da semente ao tecer dos fios", salienta Viviane Fortes, gerente de projetos da Tingui e idealizadora do Mulheres do Jequitinhonha.

O grupo, composto por 17 mulheres e 1 homem, vem mantendo viva a rica tradição local. No Vale do Jequitinhonha, região historicamente produtora de algodão, o tear é uma peça de trabalho que fez parte da vida de muitas mulheres. Até muito recentemente, era o tear manual que produzia as roupas de algodão para toda a família. Em todas as casas, os colchões de palha eram revestidos por capas feitas pelas tecelãs. Assim como toalhas, colchas, redes, cobertas e panos de uso diário. Hoje, as famílias já não dependem mais do tear para o vestuário ou para a casa. E o agravamento da seca, entre outros motivos, trouxe o declínio da produção de algodão na região. Mas, em Tocoiós, as artesãs se orgulham em ser guardiãs desse saber ancestral, passado de mãe para filha.


Em paralelo ao desenvolvimento da coleção, as tecelãs vêm participando do projeto da Tingui para a expansão do plantio do algodão agroecológico. O projeto visa a auto-suficiência da matéria-prima, assim como o fortalecimento dos saberes ancestrais da agricultura ecológica e da consciência ambiental.


A coleção é ainda um passo importante para o grupo pois marca o início de uma produção coletiva. Até então, as artesãs produziam exclusivamente de forma individual - o que trazia maior dificuldade para as venda.


Essa primeira coleção, que contou com a consultoria da designer social Paula Dib, buscou trazer uma padronização para as peças, mas sempre mantendo a liberdade de criação das tecelãs. Assim, visando facilitar as vendas, os tamanhos de colchas e mantas, toalhas de mesas, tapetes e redes foram padronizados. As tramas foram adaptadas ao uso de casa peça: mantas e colchas trazem uma trama mais solta, resultando em peças suaves e leves. Já os tapetes apresentam trama fechada, proporcionando maior resistência.



As tecelãs estão no momento produzindo as peças para que o lançamento oficial da coleção possa ser feito no início do ano. As peças serão comercializadas pela lojinha da Tingui, e em lojas selecionadas de design e artesanato brasileiro.


As Tecelãs de Tocoiós são um dos grupos a integrar o projeto Mulheres do Jequitinhonha, que busca o fortalecimento de mulheres de comunidades rurais a partir da valorização dos saberes e da cultura local.



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