Plantio do algodão agroecológico
Este projeto busca impulsionar o plantio do algodão agroecológico no Médio Vale do Jequitinhonha, promovendo o fortalecimento dos saberes da agricultura ecológica através de uma formação teórica e prática e do acompanhamento das famílias agricultoras.
Além de geração de renda, o projeto busca fortalecer as tecelãs e fiandeiras da região, permitindo que tenham autonomia na produção da fibra e fechando assim todo o ciclo - do plantio ao tear do algodão à produção de peças de tear.
Iniciado em 2020, em 2 comunidades, o projeto foi ampliado em 2021 para atender um total de 8 comunidades: 4 no município de Chapada do Norte, 2 em Francisco Badaró e 2 em Jenipapo de Minas.
Contexto
Ao lado da economia mineradora, o plantio do algodão foi a principal fonte de riqueza do Vale do Jequitinhonha até 1830, chegando a ganhar o nome de “ouro branco”. A partir dessa data, em função da redução da demanda interna e externa pelo produto, houve o declínio do plantio.
Hoje, algumas poucas famílias plantam o algodão nos quintais das casas. A produção é tão pequena que o grupo Tecelãs de Tocoiós precisava comprar a fibra de fora para atender a demanda da produção de peças.
Em uma roda de conversa com a Tingui, em 2019, as tecelãs trouxeram o desejo de fortalecer o plantio do algodão na região, para que pudessem voltar a ter independência na produção da fibra destinada às fiandeiras e ao tear.
Em 2020, ocorreu o primeiro ciclo de formação prática e teórica, envolvendo 24 famílias, sendo 13 em Tocoiós e 11 na comunidade do Curtume.
Em 2021, o projeto foi ampliado para 6 novas comunidades. São elas:
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Ribeirão de Areia, em Jenipapo de Minas
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Empoeira, em Francisco Badaró
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Alves, Poções, Córrego do Rocha e São João Piteiras, em Chapada do Norte
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Foto: Jaquielly Gomes
Aluna das oficinas de comunicação da Tingui
Metodologia
Unidade de Aprendizagem e Pesquisa Participativa - UAP:
Utilizamos a metodologia de formação teórico-prática desenvolvida pela EMBRAPA Algodão tendo como finalidade o aprimoramento dos sistemas de produção em consórcios agroalimentares e o fortalecimento da cadeia do algodão agroecológico no Vale do Jequitinhonha através do resgate e da manutenção da cultura local e dos saberes ancestrais da agricultura associados à tecnologia e à inovação.
Nessa metodologia, escolhe-se como “sala de aula” a unidade de produção de uma das famílias cadastradas no projeto - nela acontecem todas as formações teórico-práticas e a implementação dos experimentos da pesquisa participativa.
Em 2020, foram instaladas duas UAPs: uma em Tocoiós e a segunda na comunidade do Curtume. Em 2021, novas UAPs estão sendo estabelecidas nas novas comunidades atendidas.
Em função da crise sanitária gerada pelo Covid-19, a formação é feita online, pelo Zoom, tendo como facilitadores Marenilson Batista da Silva, pesquisador da EMBRAPA Algodão, e Maria Amália da Silva Marques, engenheira agrônoma.
A formação é dividida em seis módulos, tendo como objetivo o acompanhamento de todo o ciclo produtivo - do preparo de terra até a comercialização da produção. As aulas são mensais, com reuniões a cada 15 dias, e acompanhamento dos facilitadores pelo WhatsApp sempre que necessário.
Objetivos
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Reconectar os agricultores aos seus conhecimentos ancestrais da agricultura ecológica, despertando e/ou ampliando a consciência ecológica e ambiental.
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Permitir que a produção local de algodão agroecológico atenda a demanda das tecelãs e fiandeiras da região.
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Garantir a preservação do algodão arbóreo pardo e branco, nativo da região.
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Atuar no fortalecimento dos saberes tradicionais como mecanismo de reconhecimento e autoestima das pessoas envolvidas.
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Promover equidade de gênero ao capacitar as mulheres para que sejam lideranças no processo (dentro das famílias e nas comunidades.
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Favorecer a geração de renda e autonomia das comunidades envolvidas.
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Atuar na mudança de paradigmas culturais econômicos na construção de ações permanentes e em diálogo com gerações futuras.
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Atuar no fortalecimento dos empreendimentos da economia solidária e da agricultura familiar a partir de princípios agroecológicos multidimensionais.
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Promover a formação e capacitação de multiplicadores das práticas desenvolvidas neste processo.
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Incentivar a autonomia das sementes utilizadas nos plantios consorciados com algodão, nas hortas e nas demais áreas de plantio.